segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Às vezes não é amor

Leia esse texto ao som dessa música:



Às vezes não é amor. É vontade.
Vontade do que pode ser. Vontade do que poderia ter sido. Vontade de ser real.
De ter sido mais do que foi, de verdade, e menos do que foi de mentira.

Às vezes não é amor. É curiosidade.

Curiosidade de te ter pra mim. De te ter só pra mim.
Curiosidade de como seria uma vida onde não preciso te dividir com mais ninguém.
Curiosidade de viver em um mundo onde somos um só.
Onde nossos sonhos e objetivos deságuam no mesmo mar.

Às vezes não é amor. É comodidade.

Comodidade de não ter que procurar mais ninguém.
Comodidade de aceitar que não fomos feitos um pro outro,
mas não entramos por acaso em nossas vidas.
Comodidade de não ter que mais duvidar da minha capacidade de amar e ser amado.
De entender que não havia dado certo com ninguém, 
porque não podia dar errado com você. Mas deu.

Às vezes não é amor. É medo.

Medo de nunca mais encontrar ninguém que faça eu me sentir assim.
Medo de ter medo. 
De não ter mais coragem de enfrentar o mundo, 
como eu tinha com você.
Medo de ser alguém, que assim como você não conseguiu amar, ninguém mais consiga.

Às vezes não é amor. É saudade.

Saudade do que não foi. Saudade da vida que eu criei e só eu vivi.
Saudade do começo que tivemos, do meio que poderíamos ter tido e do fim que nunca tivemos de fato.
Saudade de quem você era, e de quem eu era junto de você.

Às vezes não é amor. É apego.

Apego ao fato de que nunca ficaremos juntos de novo.
Apego à dúvida se teria sido diferente se eu tivesse agido diferente.
Apego às memórias que colecionei ao longo deste 1 ano e meio.
Apego a quem você é. Apego a quem eu queria que você fosse.
Apego a quem eu projetei ser ao teu lado.

Às vezes não é amor. Foi.

Foi vontade. Foi curiosidade.
Foi comodidade. Foi medo.
Foi saudade. Foi apego.
Às vezes não foi amor. É.




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