quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Deixa vir

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Apenas chega uma hora que não se tem mais domínio sobre a mente e o coração. Não se consegue mais controlar pensamentos ou sentimentos. Você fecha os olhos e tudo vem como uma grande queima de fogos em noite de Reveillon - várias cores e formatos se sobrepondo. Já não se sabe quem está pensando ou sentindo tudo aquilo. Só sei que é bom. É bom sentir. É ruim pressentir. Porque com o sentimento vem sempre o medo. O medo do que vem. Deixa vir. A gente nem sempre precisa ter controle sobre tudo. De vez em quando não ter controle é bom. Até porque a queima de fogos mais bonita não é aquela que segue um compasso. É exatamente o contrário. É a que surpreende com o que vem depois. É a que te faz ficar quinze minutos ou mais olhando pro céu sem saber o que vem a seguir. Então, deixa vir.





terça-feira, 6 de maio de 2014

Perder. Doar.

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O meu problema com o perdão é que eu perdoo muito. Perdoo sem desculpas. Até mesmo onde não se tem o que perdoar. O meu problema com o perdão é que eu perdoo fácil. Perdoo fácil até o difícil. Eu perdoo todo mundo. Os que eu gosto muito, os que eu gosto pouco e até os que eu não gosto.

O meu problema com o perdão é que eu perdoo rápido. Tão rápido, que não me permito esquecer. Perdoo uma. Duas. Três. E então não consigo mais perdoar. Porque não é rápido esquecer. Mas é rápido lembrar.

Esse é o meu problema com o perdão. Ele é limitado. Porque perdoar dói. E não tem que ser fácil. Muito menos rápido. O meu problema com o perdão é que não sei perder. Não sei doar. Quem dirá perdoar.






segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Morada


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Quando os pés começam a balançar mais que o normal, quando toda música começa a ser a "sua música", quando a cabeça fervilha e o coração pula, é sinal que ele tá batendo a porta. É ele querendo chegar. Ele que faz sorrir, faz pensar, faz chorar. Ele que tira, ele que dá. Ele que vem, passa e fica. Que às vezes consola, e em outras briga. Se ele quiser, ele avisa. Muitas vezes nem precisa. E é feio resistir. Uma grande falta de educação. Mas fazer o que se a gente tem medo que ele maltrate o coração? Aí a gente evita, afasta, nega. Mas ele vem, pega a gente e cega. E quando você vê, já não vê mais nada. Ele chegou. O amor fez morada.